Então, deixa eu te falar, é óbvio que eu e você sabemos que autoridade sem dúvida nenhuma é a maneira mais direta de influenciar geral, principalmente em ambientes profissionais.

Afinal, quando você tem a caneta na mão pra gerenciar os recursos ali, diretamente, você tem totais condições de direcionar e dar prioridade para as coisas.

Mas meu ponto nesse nosso papo é se autoridade é a única maneira de influenciar as pessoas a fazerem a roda girar.

Putz, não acho que seja assim… de verdade.

Acho que tem uma outra forma bem mais legal de ganhar autoridade, ou de repente de liderar sem nem precisar mais dela.

Sabe como?

Tornando-se alguém capaz influenciar a ação.
E o mais legal desse lance é que existem algumas qualidades que a gente pode desenvolver, sem depender de absolutamente ninguém – além de nós mesmos, é claro – pra elevar a nossa capacidade de influência pra um patamar gigantesco, tipo pra estratosfera mesmo.

Daí deixa eu te dar um spoiller: tem um monte de “tratados” elaborados por “gurus magníficos” sobre como influenciar pessoas e tal, mas aqui não vai estar tendo nada disso, aliás fica a vontade pra nem ler mais o artigo se não quiser, fica de boas.

Só que se você continuar a leitura, saiba que vou compartilhar contigo uns lances mais empíricos, frutos de observação, cabelo e barba branca mesmo, daí acho que de repente o rolê pode ser bom pra ti.

O primeiro detalhe que eu acho super importante pra fortalecer seu nível de influência pra engajar o pessoal em torno de uma missão, é seu…

…histórico de atitudes em relação às pessoas.
Isso mesmo, o histórico.

Não adianta uma semana antes do rolê você ficar bonzinho de repente e achar que vai enganar a turma, quase ninguém é bobo viu, só um toque.

Galera pode até fingir que é, mas no fundo não é.

Honestidade, papo reto – mesmo em tempos de ultra fragilidade e mimimi pesado – são qualidades quase sempre bem-vindas.

Outro sinal de respeito forte pelas pessoas é valorizar o tempo delas, não desperdiçando ele por exemplo com lero-lero ou auto-promoção sabe?

Duro isso que eu vou te falar, mas tirando a mamãe e o papai, muito pouca gente está interessada nas suas qualidades e virtudes, menos ainda no ambiente de trabalho.
A forma como você fala também pesa no rolê, desde o tom da voz até a escolha das palavras.

Reconhecer quem de fato trabalhou, principalmente nos momentos mais difíceis, ajuda pra caramba também… esse lance de “eu sei que a gente remou juntos, mas deixa que na foto eu saio sozinho” é uma mancada sem tamanho né.

Outra coisa que ajuda muito a gente a fortalecer nossa capacidade de influência é…

…a informação.
Só que tem uma pegadinha aqui, que tá no seguinte: não é mais sobre “ter” a informação, e sim sobre “compartilhar” a informação.

Quando você compartilha clara e resumidamente as informações que você tem, geral fica atualizada e energizada – ou não, o que é importante descobrir também pelo bem do rolê – com base nos mesmos ingredientes, e isso resulta em engajamento por propósito.

Outra coisa importante sobre compartilhar é que quando o conhecimento e o aprendizado são divididos com os demais, as possibilidades de erro vão diminuindo gradativamente, já que ao invés de eu “deixar o coleguinha se lascar”, eu prefiro dizer pra ele quais são os riscos do rolê, e assim ele pode acelerar o próprio desenvolvimento, começar num patamar de conhecimento melhor do que o que eu tinha quando comecei, e assim o baile todo se beneficia, percebe?

Outra coisa, o trabalho e as responsabilidades passam a ser do conhecimento de todos também, já que “compartilhar informação” vira um hábito, e backlog também é informação, certo?

Daí essa habilidade já engata uma outra que faz bastante diferença pro lance de influenciar resultados também, que é a capacidade de…

…criar conexões.
E olha só, não estou falando só de network não tá, aliás essa é outra onda contemporânea que tem deixado muita gente confusa, de tanta fórmula mágica que existe por aí pra te ensinar a coisa errada.

Criar conexões vai muito, mas muito além de atrair seguidores nas redes sociais.

Criar conexões tem a ver com mapear os influenciadores do sucesso da tua missão, e à partir daí entender muito bem como esses influenciadores se movem.
Você precisa saber exatamente, ou com um nível de assertividade gigantesco, o que esperar em matéria de reações por parte dessa galera que pode azedar seu caldo, ou deixar ele docinho.

Tem que se conectar ao ponto de conseguir antecipar reações, previnir objeções, pra que seja muito difícil te pegar de surpresa, entende?

Outra coisa importante sobre as conexões com esse nível de profundidade, é que dependendo de como a coisa desenrolar, você cria um estoque de favores ocasionais, resultante do sentimento de camaradagem e papo reto que um relacionamento estabelecido nessas bases te oferece.

Outro ponto importante é que quando a gente estabelece conexões assim, vira um lance de um ajudar o outro a remover as barreiras do caminho, já que tá todo mundo no mesmo caminho, indo na mesma direção… o lance da agenda oculta e do conflito de interesses diminui bastante, vai por mim.

Pra fechar, outra coisa que eu percebi que ajuda muito a fortalecer nossa capacidade de influenciar resultados fora do comum, é…

…a profundidade do nosso conhecimento no tema central da missão.
Tá, eu sei, nem sempre vai é mandatório ser o expert das paradas, mas quando a gente é, basta abrir a boca que geral pára pra te ouvir.

Vai parecer contraditório o que vou mandar agora, mas conhecimento te dá autoridade quando o assunto é influenciar… percebe?

Ser visto como alguém que agrega no rolê, que tem experiência prática, que tem histórias pra contar – tanto de sucesso quanto de fracasso – é um acelerador de engajamento importante, e te dá muito crédito por exemplo pra fazer recomendações, pedidos, ou de repente te torna referência para pedidos de mentoria.

Olha uma rede forte se formando ao teu redor aí…

Isto posto, me diz aí, o que faz a roda girar de verdade? Autoridade ou influência?

Rodrigo Giaffredo